sexta-feira, 31 de julho de 2009

O Nascimento da Igreja Presbiteriana Independente


Em meados do século XIX, missionários norte-americanos implantaram a Igreja Presbiteriana, a qual era vinculada à igreja mãe com sede nos Estados Unidos. O trabalho foi se desenvolvendo, pastoreado unicamente por esses missionários norte-americanos, que iam disseminando igreja em várias cidades de nosso país.
Nos primórdios da implantação do Presbiterianismo no Brasil, todo o comando e decisões cabiam aos missionários norte-americanos. Entretanto, à medida que aumentava o número de pastores brasileiros, esta influência começou a arrefecer, situação que nem sempre era aceita.
Desta forma, começou uma situação de tensão, pois muitas vezes os norte-americanos insistiam em participar dos concílios, contrariando a vontade dos brasileiros. Certa vez, a própria missão norte-americana reconheceu e opinou “não se podem ajustar sob a mesma jurisdição eclesiástica homens de diferentes nacionalidades, costumes e tradições”. Não havia dúvida que o Rev. Eduardo e seus companheiros queriam respirar ares de liberdade e independência. Aliada a essa tensão, encontrava também em debate a questão da maçonaria.
Neste embate, escreve o Rev. Vicente Themudo Lessa: “Nascido para lutas, não vacilava o Rev. Eduardo na defesa de suas idéias. Era de uma tenacidade admirável. Muitos antigos companheiros se iam dele afastando cada vez mais. Ele, porém, combatia até ao extremo. Aumentando as suspeitas e desconfianças naquela atmosfera pesada. Se os descontentes eram muitos, não pequeno era o número dos admiradores que ele ia conquistando”. Se com ímpeto lutou contra a escravidão, com maior ardor, combatia a maçonaria dentro da igreja. Escreveu vários artigos sobre o tema, publicando por fim o livro intitulado “A Maçonaria e a Igreja Cristã”.
No inicio do século XX, a questão da interferência dos pastores norte-americanos e também a questão maçônica atingiram seu ápice. Era necessária uma solução definitiva. Para este fim, se reuniu o Sínodo em 31 de julho de 1903. Nesta ocasião, os debates, as propostas e as contra-propostas foram acaloradas, mas a minoria, liderada pelo Rev. Eduardo Carlos Pereira, foi vencida.
Diante deste fato e demonstrando muita emoção, o Rev. Eduardo e mais seis pastores e quinze presbíteros se retiraram da reunião para fundarem a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.
Nesta ocasião, o Rev. Eduardo despediu-se com as seguintes palavras:“Vós ouvireis falar de nós, nós ouviremos falar de vós e um dia, perante o Juiz, nos encontraremos. Felicidades, meus patrícios.”
Registra o Rev. Vicente Themudo Lessa: “Deviam ter saído mesmo? Teria sido um ato precipitado? Eis as perguntas que se fazem agora”.
Liderado pelo Rev. Eduardo, no total de sete pastores e quinze presbíteros, naquele mesmo dia se reuniram e passaram a noite em oração e, orientados pelo Espírito Santo,no dia seguinte fundaram a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.
Esta igreja assim constituída, foi coroada de bênçãos, desenvolveu-se em número e graça. Mereceu admiração geral e, em seus primórdios, recebeu a denominação de “Igrejinha dos Milagres.”
Flavio – membro da 1ª IPI de São Paulo, neto do
Rev. Eduardo Carlos Pereira(Adaptado)

domingo, 19 de julho de 2009


Mês de Julho,
Mês de Pensar na História


“Todavia, lembro-me também do que pode me dar esperança.”(Lamentações 3.21).
O mundo mudou completamente, em 106 anos de história, hoje temos acesso fácil ao computador, podemos em poucas horas cruzar o país do Oiapoque ao Chui, em poucos segundos podemos enviar correspondências para pessoas no mundo inteiro e ainda em pouquíssimo tempo fazer grandes transações financeiras. Mas nem sempre as coisas foram tão fáceis assim.
Há Cento e três anos os sistemas de comunicação não tinham nem 10% da eficácia que têm hoje, as notícias demoravam muito a se difundirem. Mas, nesse contexto de aparente dificuldade, um jovem pastor de 26 anos de idade inicia sua luta pela “reforma” da Igreja Presbiteriana do Brasil, e através das páginas do Estandarte começou a difundir seus pensamentos e sonhos para uma Igreja Genuinamente Brasileira.
Em pouco tempo seus pensamentos já tinham conquistado adeptos em todo o país, chegado a Reunião do Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil. Ele defendeu com toda sabedoria, mas foi vencido pela maioria pró-maçonaria e pela arrogância dos americanos que eram, naquela época, grande maioria no concílio. Não lhe restou outra saída: Sair, não adiantava estar numa igreja que não comungava dos mesmos princípios, que não tinha a visão missionária pensada por brasileiros e para o Brasil. Naquele concílio, saíram após o Rev. Eduardo Carlos Pereira outros 6 pastores e 14 presbíteros.
Sem grandes estratégias de Marketing, viajando em carros precários e principalmente num lombo de um cavalo, os ideais daquele grupo se espalharam por todo o Brasil, e hoje nossa Igreja herdeira dessa história se encontra em todos os estados de nossa nação. Foi como um fino pó soprado pelo Espírito Santo sobre Nossa nação.
Precisamos aprender com aqueles 21 homens. Seu trabalho foi intenso e hoje somos quase 100.000 membros em todo o país. Hoje aqui no Maracanã somos uma Igreja com 60 membros, podemos ir muito mais longe, aproveitando todas essas facilidades que temos à disposição, usando-as a serviço do Reino.

Rev. Erivan Júnior
Pastor da Igreja

sábado, 11 de julho de 2009

Mês de Julho,
Mês de Relembrar a História


O Mês de Julho sempre é um mês muito comemorado na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil. Lembro-me de quando ainda adolescente na pequena cidade de Pendência/RN, quando no mês de julho era tão difícil conseguir uma costureira livre quanto no mês de Dezembro. Toda a cidade se preparava para participar da festa “do dia 31 de Julho”, crentes novos e antigos vinham a Igreja, até aqueles que há muito não iam a Igreja, no 31 de Julho estavam lá.
Hoje certamente as coisas mudaram, ninguém tinha computadores em casa, a TV não concorria tanto com a Igreja (ou o Evangelho), eram realmente outros tempos. Mas uma coisa continua: Nossa Igreja, cada dia mais madura, e com tantas coisas boas para comemorar a cada ano que passa.
Precisamos pensar na alegria de sermos uma igreja, que continua a 106 anos fiel aos seus princípios, uma igreja que não se amolda ao mercado religioso, uma igreja que continua se reformando sem perder suas raízes e sem esquecer sua história. Hoje observamos pessoas comuns e mesmo líderes trocarem de igrejas como quem troca de lanchonetes, supermercados ou roupas, por outro lado temos uma Igreja que tem orgulho de sua trajetória, história essa marcada pela vida abnegada de muitas pessoas em todos os lugares do nosso país.
Esse mês devemos relembrar nossa história, muitas vezes encontramos motivos para tristeza e até vergonha, mas muitas vezes encontramos grande inspiração para nossa caminhada cristã, até para nossa igreja.
Precisamos amar nossa Igreja, sentirmo-nos parte dela. Somos parte de um corpo, que não está isolado apenas num lugar, mas espalhado por todo o país.

Rev. Erivan Júnior
Pastor da Igreja
A ética que impressiona os descrentes

Por ocasião do Sínodo dos Bispos, realizado em Roma, em outubro de 2008, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, salientou que os católicos da América Latina que se convertem ao protestantismo, imediatamente, “mudam o modo de se comportar, pois assumem um digno comportamento moral, deixando tudo o que parece indigno na nova vida de crentes”. O prelado católico acrescentou a informação de que “a Palavra que [eles] escutam é formativa para sua vida, alimenta seus espíritos e testemunha os valores religiosos que agora interiorizam”.

Tomara que esse reconhecimento de Dom Walmor volte a mexer com a igreja evangélica brasileira em priorizar a pregação do novo nascimento, experiência religiosa que leva o pecador a adotar estilo de vida oposto ao anterior, pois “se alguém está em Cristo, é nova criatura”, já que as coisas antigas ficaram para trás e tudo se fez novo (2Co 5.17).

Numa reunião realizada no Rio de Janeiro, em novembro de 1868, Ashbel G. Simonton, o pioneiro da Igreja Presbiteriana do Brasil, declarou que a implantação e o crescimento do evangelho no país dependia antes de tudo do seguinte: “A santidade da igreja deve ser ciosamente mantida no testemunho de cada crente”. Agora, em novembro de 2008, em entrevista à revista “Igreja”, o biblista batista Luiz Sayão volta a falar sobre o testemunho dos crentes: “Para termos pastores, educadores e outros líderes cristãos responsáveis, precisamos enfatizar três pontos: o ensino das Escrituras, a experiência profunda com Deus e a ‘ética que impressiona os descrentes’”.

Ultimato, Janeiro-Fevereiro de 2009